Embora Santa Maria tenha registrado 70 assassinatos em 2022, se igualado a 2017 com os anos mais violentos da história da cidade, o município teve pelo quarto ano seguido, queda no número de mortes no mês de janeiro. Enquanto em 2020 foram registrados seis crimes, o 2023 teve três assassinatos. Entenda quais os fatores que colaboraram para esses números segundo a polícia.
O delegado Marcelo Mendes Arigony, titular da 2ª Delegacia e Polícia de Santa Maria e que responde temporariamente pela delegacia regional, são necessárias mais políticas públicas para que crianças e adolescentes não se envolvam com a criminalidade, que as forças de segurança estão agindo para combater os crimes e que alguns meses registram mais crimes e outros menos.
– O homicídio encontra prevenção lá em políticas públicas nas áreas de vulnerabilidade social. As vezes, aqueles valores, aqueles recursos que não investidos em urbanização, em escola, em acompanhamento familiar, vão resultar em índices menores especialmente nos crimes violentos letais e intencionais – acredita o delegado.
Arigony ainda fala que os altos índices de elucidação da Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP) com as investigações especializadas, o apontamento das motivações e autorias dos crimes também é um fator que pode colaborar para a dominuição dos assassinatos.
– Nós temos que lembrar que a criminalidade é sazonal. Nós temos períodos com mais crimes, períodos com menos crimes que dependem de diversas variáveis. Existem algumas dessas variáveis que são circunstâncias controláveis e outras que não são controláveis e que não dependem da atividade das forças de segurança. Temos que lembrar também que no crime existe uma coisa que chamamos de efeito bexiga, quando tu aperta de um lado, desloca para outro e no crime é mais ou menos assim. Quando a gente traça uma estratégia de segurança e estabelece ações nos roubos, aumenta o tráfico. Se a gente combate o tráfico, aumenta o furto. Quando as polícias conseguem dar uma resposta efetiva, nós estamos mostrando que os crimes não ficarão impunes e isso de certa forma deve ser um fator inibidor – diz o delegado.
Os crimes de 2023
O primeiro assassinato aconteceu no dia nove de janeiro, na Rua Esperança no Bairro Renascença. Ângelo da Silva de 43 anos foi morto com pelo menos 10 tiros. Pelo menos três suspeitos chegaram armados em um carro, desceram do veículo, invadiram a casa e executaram a vítima.
Já o segundo crime aconteceu na Rua 20, no residencial Dom Ivo Lorscheiter no Bairro Diácono João Luiz Pozzobon. A vítima foi ium adolescente de 16 anos, identificado como Cleberson Guilherme Carvalho Ferreira. Segundo informações apuradas no local, a vítima caminhava pela rua quando dois suspeitos que estavam armados passaram e atiraram contra ele.
O terceiro e último crime foi descoberto no último dia de janeiro. Uma denúncia para o telefone 190 da Brigada Militar levou os policiais até um corpo carbonizado. Os restos mortais estavam as margens da BR-287 próximo ao trevo da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra). A vítima não foi identificada. O corpo foi encaminhado para exame de necropsia e DNA para fazer a identificação.
As três mortes estão sendo investigadas pela Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP) da Polícia Civil. O mês de fevereiro de 2022 registrou oito assassinatos, um dos meses com maior números de crimes.